Como Desenvolvo a Atitude nas minhas Alunas
Se perguntarem qualquer uma das minhas alunas qual é a palavra que mais sai da minha boca durante as aulas, aposto que a maioria delas dirá ATITUDE. Embora seja exigente com a técnica e trabalhemos muito nela, acredito que é muito importante desenvolver a confiança das nossas alunas desde o primeiro dia. Caso contrário, elas não estarão a dançar, estarão apenas a mover o corpo.
Ter atitude é ser confiante com o que nós somos e com a nossa dança e esta é a única forma de um bailarino realmente dançar. Se não estiver confiante, não estará livre e por isso não estará confortável a expor e a expressar-se, e na minha opinião, isso não é dançar; é apenas um bonito movimento do corpo.
Então, aqui vai como eu desenvolvo a confiança nas minhas aulas:
1. Desde o primeiro dia, tento puxar pela atitude delas. Eu motivo-as a desfrutar da música e dos movimentos que estão a fazer (quem não gosta de mexer a anca??) independentemente da sua técnica. Desde o Nível 1 que lhes digo para darem tudo, "para terem atitude". Trabalhar a sua confiança é tão importante quanto aprender o básico egípcio ou o shimmy - não esperes até elas “dominarem a técnica” para lhes ensinares isso. Também lhes digo isto no primeiro dia em que entram no meu estúdio, para que a "lavagem cerebral" possa começar.
2. Assim que possível, coloco as minhas alunas no palco, não importa quando começaram a dançar. Quanto mais cedo se sentirem expostas e ficarem bem com isso (ou mesmo gostarem!), mais rapidamente ficarão confiantes em palco e serão capazes de se libertarem nele (e é disso que se trata a dança). Por isso, não te esqueças de criar oportunidades de actuação para os teus alunos e para os motivares a participar (lê este post para saberes mais sobre a minha opinião e experiência no tema!).
3. Eu ensino as minhas alunas a sentirem a música. Ensinar a dançar não é só ensinar-lhes a técnica e coreografias; eu digo-lhes para pensarem no que a música está a transmitir, sobre qual é a sua energia, e fazer com que pratiquem e expressem tudo isso. Se é um shaabi, eu faço-as pular e sorrir. Se é uma música romântica, eu digo para susterem a respiração e expirarem. A energia e o feeling são chave em qualquer estilo: Oriental ou Folclore, faz com que os teus alunos percebam isso e ensina-os a mudar, a respirar e a sentir. Isto fará com que eles mergulhem ainda mais profundamente na música e se tornem menos preocupados com factores extra que não importam.
4. Não exijo - nem pretendo - que as minhas alunas dancem exatamente iguais. O meu objectivo é desenvolver bailarinas solistas e não grupos de dança, por isso deixo que coloquem a sua personalidade nos meus movimentos e nas minhas coreografias. Não sou muito rigorosa com expressões faciais, braços ou mãos, que é onde acredito que a personalidade de uma bailarina é mais perceptível. ATITUDE é mostrar a sua personalidade, a sua verdadeira essência, e, para esta vir ao de cima, não posso estar sempre a colocar-lhes regras.
5. Finalmente (mas o mais importante), eu motivo-as e digo-lhes sempre para acreditarem nelas mesmas. Quero que sejam livres, que se sintam bem consigo mesmas, enquanto dançam e nas suas vidas. Não há nada mais bonito que a nossa pura essência.
O que achas? O que fazes para aumentar a confiança dos teus alunos?