Como Desenvolvo a Atitude nas minhas Alunas

Se perguntarem qualquer uma das minhas alunas qual é a palavra que mais sai da minha boca durante as aulas, aposto que a maioria delas dirá ATITUDE. Embora seja exigente com a técnica e trabalhemos muito nela, acredito que é muito importante desenvolver a confiança das nossas alunas desde o primeiro dia. Caso contrário, elas não estarão a dançar, estarão apenas a mover o corpo.

Ter atitude é ser confiante com o que nós somos e com a nossa dança e esta é a única forma de um bailarino realmente dançar. Se não estiver confiante, não estará livre e por isso não estará confortável a expor e a expressar-se, e na minha opinião, isso não é dançar; é apenas um bonito movimento do corpo.

Então, aqui vai como eu desenvolvo a confiança nas minhas aulas:

Aluna Catarina Fevereiro, na Categoria Avançada no Oriental Dance Weekend 2019.

Aluna Catarina Fevereiro, na Categoria Avançada no Oriental Dance Weekend 2019.

1. Desde o primeiro dia, tento puxar pela atitude delas. Eu motivo-as a desfrutar da música e dos movimentos que estão a fazer (quem não gosta de mexer a anca??) independentemente da sua técnica. Desde o Nível 1 que lhes digo para darem tudo, "para terem atitude". Trabalhar a sua confiança é tão importante quanto aprender o básico egípcio ou o shimmy - não esperes até elas “dominarem a técnica” para lhes ensinares isso. Também lhes digo isto no primeiro dia em que entram no meu estúdio, para que a "lavagem cerebral" possa começar.

2. Assim que possível, coloco as minhas alunas no palco, não importa quando começaram a dançar. Quanto mais cedo se sentirem expostas e ficarem bem com isso (ou mesmo gostarem!), mais rapidamente ficarão confiantes em palco e serão capazes de se libertarem nele (e é disso que se trata a dança). Por isso, não te esqueças de criar oportunidades de actuação para os teus alunos e para os motivares a participar (lê este post para saberes mais sobre a minha opinião e experiência no tema!).

3. Eu ensino as minhas alunas a sentirem a música. Ensinar a dançar não é só ensinar-lhes a técnica e coreografias; eu digo-lhes para pensarem no que a música está a transmitir, sobre qual é a sua energia, e fazer com que pratiquem e expressem tudo isso. Se é um shaabi, eu faço-as pular e sorrir. Se é uma música romântica, eu digo para susterem a respiração e expirarem. A energia e o feeling são chave em qualquer estilo: Oriental ou Folclore, faz com que os teus alunos percebam isso e ensina-os a mudar, a respirar e a sentir. Isto fará com que eles mergulhem ainda mais profundamente na música e se tornem menos preocupados com factores extra que não importam.

Aluna Rita Pereira, na Categoria Folclore no Oriental Dance Weekend 2019.

Aluna Rita Pereira, na Categoria Folclore no Oriental Dance Weekend 2019.

4. Não exijo - nem pretendo - que as minhas alunas dancem exatamente iguais. O meu objectivo é desenvolver bailarinas solistas e não grupos de dança, por isso deixo que coloquem a sua personalidade nos meus movimentos e nas minhas coreografias. Não sou muito rigorosa com expressões faciais, braços ou mãos, que é onde acredito que a personalidade de uma bailarina é mais perceptível. ATITUDE é mostrar a sua personalidade, a sua verdadeira essência, e, para esta vir ao de cima, não posso estar sempre a colocar-lhes regras.

5. Finalmente (mas o mais importante), eu motivo-as e digo-lhes sempre para acreditarem nelas mesmas. Quero que sejam livres, que se sintam bem consigo mesmas, enquanto dançam e nas suas vidas. Não há nada mais bonito que a nossa pura essência.

O que achas? O que fazes para aumentar a confiança dos teus alunos?